Quais são as expectativas do cenário pós-pandemia para o MEI?
Com a vacinação em andamento, mídia, governos, setores econômicos e a própria população discutem sobre a retomada da economia em um cenário pós-pandemia. Uns compartilham de uma visão otimista, com projeção do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto outros temem pelos impactos que a tema 3ª onda ainda pode causar. Mas quais são as expectativas do cenário pós-pandemia para o MEI?
Por isso, na Entrevista com Especialista deste mês, batemos um papo com com economista Rogerio Bragherolli, que possui 35 anos de experiências em capital humano e empregabilidade. Baseado em estudos econômicos e em discussões que tramitam no Congresso Nacional, ele ressaltou as incertezas do cenário atual e sugeriu que os MEIs invistam em si mesmos para não correr riscos diante da crise.
Confere aí como foi essa conversa sobre o cenário pós-pandemia para o MEI #VamosJuntos
É possível fazer uma projeção concreta em relação à retomada da economia pós-pandemia ou ainda é cedo para fazer qualquer análise sobre geração de emprego e renda?
A retomada da economia ainda é uma incógnita. Vai depender basicamente do sucesso e velocidade da vacinação e, consequentemente, da redução dos casos de COVID-19. Além disto, depende do sucesso das medidas econômicas como a retomada dos investimentos, reforma tributária e administrativa.
Em resumo, não vejo melhora significativa no curto prazo.
Nesse sentido, a formalização do MEI surge como alternativa diante da crise da covid-19. Quais políticas públicas e medidas governamentais podem ser pensadas para contemplar essa categoria? Já há discussões a respeito?
O MEI possibilita ao microempreendedor individual pagar menos impostos e ter alguns direitos sociais importantes. Isto é fato. Ajuda a oficializar o trabalho informal, por exemplo, porém o sucesso deste programa depende muito da desburocratização de uma maior flexibilização dos tributos e de um maior incentivo governamental.
A expectativa é que as futuras reformas econômicas ajudem neste sentido. Hoje ela já ajuda muitas classes de trabalhadores como pintores, cabeleireiros, vendedores, entre outros. Mas, acredito que possa ser feito muito mais em um futuro próximo, como por exemplo, facilitar o processo e incentivar futuros interessados. O futuro da força de trabalho deve migrar para mais profissionais sem carteira assinada. O MEI certamente é uma alternativa extremamente interessante para reduzir possíveis riscos do mercado informal.
Com essa tendência de aumento no número de microempreendedores, consequentemente, aumenta-se também a concorrência. Existe algum setor de atuação que estará com o mercado aquecido e que pode ser uma boa aposta de iniciação no mundo do empreendedorismo?
As apostas vão depender da aptidão e do preparo de cada profissional. Se a economia crescer, haverá oportunidades em todas as áreas. É claro que atualmente existem algumas áreas e setores mais privilegiados como o e-commerce e as atividades relacionadas ao mundo digital. Mas, no final do dia, se o profissional for bom na sua área de atuação e/ou fazer o que gosta, a probabilidade de sucesso será alta independente do setor ou do tipo de trabalho praticado.
Como o contexto pandêmico é muito instável e influencia diretamente na economia, quais são as dicas, conselhos e orientações que o MEI deve seguir para investir em seu negócio sem que se arrisque diante de algum imprevisto?
Quanto menor for a performance da economia como um todo, maior será o risco. Porém, quanto mais preparado profissionalmente você estiver, melhor será o risco.
Planejamento e disciplina são fundamentais para o sucesso. Além disto, deve-se sempre que possível, evitar custos fixos como aluguéis, matéria prima, entre outros.
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Rogerio Bragherolli – Economista especialista em capital humano e empregabilidade. Ele é formado em Engenharia Mecânica pela FEI, Economia pela FEA-USP, fez MBA em RH na FGV, especialização em Marketing na Insead – França. Com know-how de 35 anos em cargos de liderança no mercado corporativo, Rogerio Bragherolli atuou nos últimos anos como diretor sênior e vice-presidente de RH em multinacionais e tornou-se uma notoriedade em estratégias relacionadas a employee experience, gestão de pessoas e carreiras.