A produção artesanal e seu impacto na grande indústria alimentícia
O número de produtores artesanais de alimentos cresce exponencialmente, isto porque o consumidor busca, hoje, qualidade e personalização
Atualmente, o setor alimentício é um dos mais procurados para a formalização como MEI e, por isso, vamos demonstrar como esses microempreendedores conquistaram espaço em um mercado até então ocupado pelos gigantes da indústria alimentícia
O setor alimentício caminha na direção contrária à modernização tecnológica dos meios de produção. Atualmente, os produtos mais procurados são os alimentos artesanais, ou seja, aqueles produzidos manualmente, em escala reduzida e com ingredientes de primeira linha.
Muitos produtos podem ser encontrados no setor artesanal, como: queijos, conservas, compotas e bebidas como no caso do vinho, entre outros. A maioria das marcas desse setor se apropria do tradicional, do artesanal e utilizam dos sentimentos: carinho, amor a aquilo que fazem e alegria.
De acordo com dados estatísticos divulgados pela Embrapa, 73% dos produtores artesanais afirma que o consumidor paga mais por um produto tradicional ou artesanal e 76% acredita no potencial de crescimento das vendas. Esses altos índices de otimismo no setor fizeram muitas famílias abrirem mão dos segredos culinários e iniciar um empreendimento, formalizando como microempreendedores individuais.
Maria de Lourdes Caldeira é aposentada e apaixonada por queijos e compotas. Hoje, com 67 anos, comercializa seus produtos e entrou para o time de microempreendedores individuais.
“As minhas receitas sempre fizeram sucesso entre meus netos, familiares e amigos. Vi que podia investir e conseguir um dinheiro extra, se comercializasse com mais pessoas. Foi quando me apresentaram à categoria MEI e percebi que podia fazer desse hobby de cozinhar uma profissão formal”, conta a queijeira e doceira que, hoje, é uma microempreendedora individual e tem a marca Malu Queijos&Doces.
Segundo uma pesquisa Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ao lado dos doces e geleias, os queijos são a categoria de produtos artesanais de maior abrangência em número de produtores envolvidos, o que justifica o sucesso do empreendimento de Maria de Lourdes no setor.
Um outro produto que faz muito sucesso no setor é a cerveja artesanal. Paulo Roberto é mestre cervejeiro e, atualmente, formalizado como MEI na categoria COMERCIANTE DE BEBIDAS.
“Eu sempre gostei muito de tomar uma cerveja com amigos. Depois de um tempo, comecei a me interessar pelo processo de produção. No início produzia apenas para os amigos mais chegados, mas, a receita fez tanto sucesso que, certo dia, comecei a receber encomendas no Instagram. Foi aí que decidi formalizar a minha atividade, contratando até um funcionário para me ajudar”, compartilha conosco o mestre cervejeiro que, atualmente, é também microempreendedor individual.
“Recentemente, fiz uma pesquisa de mercado. Sou morador de Campinas e notei uma proliferação enorme de novas marcas de cerveja, todas artesanais. A pesquisa de mercado indicou que 67% dos moradores da cidade preferem as marcas locais e artesanais, produzidas em pequena escala. Por isso, atuar no setor alimentício como microempreendedor individual é, hoje, uma ótima maneira de complementar a renda familiar”, finaliza Paulo.
Como a grande indústria alimentícia reage aos microempreendedores individuais do setor?
As grandes marcas já começaram a sentir o efeito da proliferação de microempreendedores individuais no setor alimentício. Prova disso é a tentativa de lançar produtos que enfatizem os ingredientes naturais e as receitas tradicionais.
No entanto, é evidente que, ao se produzir alimentos em grande escala, é impossível ter o controle de qualidade oferecido por quem produz artesanalmente. E esse é um dos fatores que garantem o sucesso dos MEIs do setor alimentício e de seus alimentos artesanais, que, atualmente, disputam a nível de igualdade com as grandes marcas.
Encontrar um diferencial é essencial para aumentar as chances de conquistar clientes, encarando uma concorrência justa com as grandes marcas. Apresentar alternativas de produtos e serviços que não estão ao alcance do seu público é uma maneira eficiente de se destacar na região em que você atua como microempreendedor individual.
Uma outra dica para que essa concorrência seja de igual para igual é o controle financeiro. Controle financeiro é fundamental. Por mais que a sua ideia seja sensacional, ela irá por água abaixo se você não adotar ferramentas de controle financeiro. Não pague nenhum chiclete no cartão da empresa. Anote todas entradas e saídas com rigor e tenha bem definido os valores de pró-labore, marketing e reservas para emergência.
Quais os benefícios de ser MEI para quem desenvolve atividades no setor alimentício, voltadas ao mercado artesanal?
VEJA: Formalize-se já com a DicasMEI
Maiores chances de empréstimos
Por mais que seu negócio seja pequeno, você já imaginou quais seriam os benefícios em ter um CNPJ, uma Inscrição Estadual e uma Inscrição Municipal? Ao se formalizar, você é, de fato, visto como um empreendedor e desfruta dos benefícios disso. Um deles é a possibilidade de conseguir abrir uma conta jurídica no banco, aumentando as chances de conseguir empréstimos para expandir sua empresa.
Emissão de notas fiscais
Quando você é formalizado como MEI, pode emitir notas fiscais. Isso é muito vantajoso, já que muitas empresas, principalmente as de grande porte, exigem a nota fiscal. Uma empresa que realiza a entrega de marmitex, por exemplo, pode perder grandes oportunidades de fornecimento para clientes importantes, caso não emita notas fiscais.
VEJA: A DicasMEI te explica tudo sobre emissão de notas fiscais para o MEI
Cobertura previdenciária
Auxílio-doença, salário-maternidade, aposentadoria por idade e outras vantagens que a cobertura previdenciária oferece, também podem ser desfrutadas por quem é MEI. Quem trabalha no ramo de alimentação sabe que acidentes podem acontecer, portanto, é importante assegurar que estará preparado caso algo ocorra.
VEJA: A DicasMEI tem várias dicas exclusivas e gratuitas sobre Benefícios Previdenciários para o MEI
Quais são os deveres e direitos?
Uma das melhores partes é que o valor do imposto que um MEI paga é de 5% do salário-mínimo, o que atualmente representa R$49,90. Um valor baixo, levando em consideração que um profissional liberal paga 20%. Prestadores de serviço também pagam mais R$5,00 e profissionais da indústria e do comércio pagam mais R$1,00.
Esse valor deve ser pago mensalmente, mesmo que não haja faturamento, mas é um preço em conta, que tem como objetivo estimular a formalização desse tipo de profissional para que ele tenha acesso aos benefícios.
O MEI também pode ter um funcionário regularizado, que receba um salário-mínimo ou o piso da categoria da atividade que ele exerce. Portanto, você tem a opção de captar mais clientes, conseguir capital para aumentar a empresa e ainda ter um funcionário que o ajude. Interessante, não é? Que tal dar o próximo passo e se formalizar como MEI agora mesmo?
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